Estamos à porta

O corpo já não permite que se desloque seja para onde for.
Os laços criados noutros tempos não podiam ser quebrados.
Diz-nos que fazemos parte da sua família.
A saca que levamos ficou no cadeirão e as palavras foram o “prato principal ” .
Durante o tempo que dispomos parece que se faz uma retrospetiva de duas semanas.
A conversa não passa pelas notícias mas pelas dores que cada vez são mais fortes , pelas ausências de amigos com quem antigamente jogava às cartas.
E no nosso tempo somos apenas ouvintes . Os olhos fixam-se no nosso rosto como se fosse um certificado de que estávamos mesmo a atender e a ouvir.
Fizemos o convite para o comer ainda quente e para a sobremesa mas não foi “aceite”.
“-Tenho tempo para comer quando estiver sozinho, assim agora aproveito para falar”
E assim são as nossas presenças…acarinhado como sabemos e acarinhados por quem nos recebe.
#coracaoacarinha Ver menos

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